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segunda-feira, dezembro 27, 2004

de te reler - o espelho # 19 

tens o braço queimado como a raiz inflamada de um poema
apertas com os dentes a chuva ácida que há-de vir – esperas a água o limão
derradeira transfusão – como um esqueleto de águia – uma mãe morta correndo
nas estreitas veias do pássaro-de-sândalo – espectro frívolo de um verso
se o sol se abrisse inteiro/explodisse de raios de todas as cores/se a lua
te abandonasse por uma noite/nada verias para além de dejectos/nenhum perfume
seria mais encantador aos teus sentidos que a tua urina incontinente chovendo
sobre os sapatos nesta noite de dezembro
quero oferecer-te um ramo de acácia ou de laranjeira-da-índia – quero trair-te
odiosamente


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