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sexta-feira, dezembro 24, 2004

de te reler - o espelho # 14 

toma este mel/minha seiva casta para que te tornes não-cor
engole esta a ácida poção sagrada e ficarás estátua/trama/teia viva
renuncia à tua vontade e deita-te sobre a cama de pregos
e eu te seduza pelos redondos orifícios que nas tuas costas se abrirão
alastrando [te] de prazer submisso – sacrifício dos que são amantes em vida
e habitam a estranha e subtil gravidade invertida que fará subir
no éter/como balões/cordões de sangue/até que não haja mais amor para sangrar
e o amor mais não seja que algodão volátil – cruz



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