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sexta-feira, dezembro 24, 2004

de te reler - o espelho # 11 

quis-te oferenda naquela noite/quis-te satie num piano de dedos e purpúreas
notas de uma música capital/satie algoz do meu coração tão pouco
e agora teus esqueletos dedos fogem da minha pele sem um som – pedalam

compassivamente movido pelo desespero destruirei os pianos da terra
corda a corda tecla a tecla pedal a pedal madeira a madeira – sou – serei
indomável veador de pianos/desalmada máquina de lágrimas fuziladoras
apenas um/esse/em que tocaste nessa noite/ficará
intacto num intacta paisagem de dedos


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