segunda-feira, junho 14, 2004
a empresa # 34
"the essential is no longer visible" - Heiner Müller
fui um ansioso tripulante de uma nave
sem fundo onde cresciam finas mãos de algodão
entrelaçadas ferozes e inaugurais
tornei tudo indispensável à bebida da seiva
amarga que precede o doce na taça-delubro
onde conheci a flor das acácias
o triplo beijo das espigas de trigo
a espada
o sino e
a morte do vocábulo debutante
ali mesmo
onde circulavam as moedas
os papeis – tantos
acumulados naquele presídio de
de tochas apagadas –
foi o único sítio onde não nasci
um dia encontrei morto e quente o teu corpo
sob um lenço branco onde
a menstruação se espalhava junto ao teu rosto
não acreditei que me deixavas
que partias finalmente para o poço
onde dependurado pendia o acre cheiro da besta
nunca mais vi o teu diamante luminoso
brilhando no peito do teu visco
hoje perto destas sãs raparigas
que circulam pela esquerda
contrárias
ao fluxo natural do amor
acendo sobre o colo pequenas lamparinas
na ilusão desesperada de te iluminar
cadáver de leão
fui um ansioso tripulante de uma nave
sem fundo onde cresciam finas mãos de algodão
entrelaçadas ferozes e inaugurais
tornei tudo indispensável à bebida da seiva
amarga que precede o doce na taça-delubro
onde conheci a flor das acácias
o triplo beijo das espigas de trigo
a espada
o sino e
a morte do vocábulo debutante
ali mesmo
onde circulavam as moedas
os papeis – tantos
acumulados naquele presídio de
de tochas apagadas –
foi o único sítio onde não nasci
um dia encontrei morto e quente o teu corpo
sob um lenço branco onde
a menstruação se espalhava junto ao teu rosto
não acreditei que me deixavas
que partias finalmente para o poço
onde dependurado pendia o acre cheiro da besta
nunca mais vi o teu diamante luminoso
brilhando no peito do teu visco
hoje perto destas sãs raparigas
que circulam pela esquerda
contrárias
ao fluxo natural do amor
acendo sobre o colo pequenas lamparinas
na ilusão desesperada de te iluminar
cadáver de leão