quinta-feira, abril 15, 2004
DOL-U-RON Forte # 28
"the essential is no longer visible" - Heiner Müller
foi uma semana complicada. longa. não foi uma semana má. foi longa. só isso. longa. agora sento-me ao computador e ouço a ‘íntima fracção’ de aniversário. vinte anos de ‘intimidade’. como nas longas noites de outros invernos, sinto uma paz lúcida, embalada pelos sons claros e azuis de uma linguagem que não se perdeu. e mais uma vez, pela noite, vivo a fracção de rádio, da amada rádio, que vive... vive... ainda...
o homem preparou os papeis como dantes
como nunca – aliás – deixou de fazer e mergulhou na velha
transparência
no azul de limões em festa
à sua frente, ainda, os pequenos textos da respiração
acumulados de tanto
no tanto que tocado é amado
há tempo perdido?
Há ainda a luz que vem da rua
O mar que se adivinha –
- o mar adivinha-se – o mar
só
se
adivinha
dantes, as tardes eram longas e douradas e as madrugadas
azuis
e trasbordantes de tochas incendiadas na língua
tínhamos os corpos suados, a pele colada a outro
a ver, a pressentir
as madrugadas eram as vozes silenciosas da música inventada
da criatividade de alquimistas perdidos no som da rádio
as madrugadas eram o terreno em que os filhos se
libertavam das mães
e se alongavam nos corpos de amantes conhecidos
os irmãos
era azul
de limões em festa
ácido citrino de tochas incendiadas na saliva e
beijos de criança-adolescente
imaginadamente amante
em tochas de verde
hoje, o homem voltou a criar a madrugada no athanor
da telefonia
no solvitio primordial do éter
a amalgama. o imenso adormecer
o imenso ir adormecendo
visita
o
interior
da
terra
e
rectificando
encontrarás
a
pedra
oculta
foi uma semana complicada. longa. não foi uma semana má. foi longa. só isso. longa. agora sento-me ao computador e ouço a ‘íntima fracção’ de aniversário. vinte anos de ‘intimidade’. como nas longas noites de outros invernos, sinto uma paz lúcida, embalada pelos sons claros e azuis de uma linguagem que não se perdeu. e mais uma vez, pela noite, vivo a fracção de rádio, da amada rádio, que vive... vive... ainda...
o homem preparou os papeis como dantes
como nunca – aliás – deixou de fazer e mergulhou na velha
transparência
no azul de limões em festa
à sua frente, ainda, os pequenos textos da respiração
acumulados de tanto
no tanto que tocado é amado
há tempo perdido?
Há ainda a luz que vem da rua
O mar que se adivinha –
- o mar adivinha-se – o mar
só
se
adivinha
dantes, as tardes eram longas e douradas e as madrugadas
azuis
e trasbordantes de tochas incendiadas na língua
tínhamos os corpos suados, a pele colada a outro
a ver, a pressentir
as madrugadas eram as vozes silenciosas da música inventada
da criatividade de alquimistas perdidos no som da rádio
as madrugadas eram o terreno em que os filhos se
libertavam das mães
e se alongavam nos corpos de amantes conhecidos
os irmãos
era azul
de limões em festa
ácido citrino de tochas incendiadas na saliva e
beijos de criança-adolescente
imaginadamente amante
em tochas de verde
hoje, o homem voltou a criar a madrugada no athanor
da telefonia
no solvitio primordial do éter
a amalgama. o imenso adormecer
o imenso ir adormecendo
visita
o
interior
da
terra
e
rectificando
encontrarás
a
pedra
oculta