segunda-feira, fevereiro 02, 2004
Para o Luís Carmelo
"the essential is no longer visible" - Heiner Müller
“Ah, como é diferente o amor à camisola” – salmo de Júlio Dantas.
(das antas!)
para o luís carmelo, ainda sobre o seu post, reclamando o fundamento genético do seu amor ao futebol e ao benfica. um abraço do frederico
intectuais que escondem o vosso secreto amor ao pé-na-bola, uni-vos!
Ode ao Futebol
Rectângulo verde
Meio de sombra
Meio de sol
Vinte e dois em cuecas
Jogando futebol
Correndo
Saltando
Ao som de um apito
Um homem magrito
Também em cuecas
E mais dois carecas
Com uma bandeira
De cá para lá
De lá para cá
Bola ao centro
Bola fora
Fora o árbitro
E a multidão
Lá do peão
Gritava
Berrava
Gesticulava
E a bola coitada
Rolava no verde
Rolava no pé
De cabeça em cabeça
A bola não perde
Um minuto sequer
E o zumbido no ar
Como um bezouro
Toda redonda
Toda bonita
Vestida de couro
O árbitro corre
O árbitro apita
O público grita
Bola nas redes
Laranjadas
Pirolitos
Asneiras
Palavrões
Damas frenéticas
Gordas
Esqueléticas
Esganadiças aos gritos
Todas à uma
Todas ao um
Ao árbitro roubam o apito
Entra a polícia
Os cavalos a correr
Os senhores a esconder
Uma cabeça aqui
Um pé acolá
Ancas
Coxas
Pernas
Pé
Cabeças no chão
Cabeças de cavalo
Cavalos sem cabeça
Com os pés no ar
Fez-se em montam
A multidão.
E uma dama excitada
Que era casada
Com um marido
Distraído
No meio da bancada
Que estava à cunha
Tirou-lhe um olho
Com a própria unha!
Ânimos ao alto!...
E no fim
Perdeu-se o campeonato!
Tóssan
(que apesar de não ter gostado de futebol, foi – a par com mário henrique leiria – dos maiores humoristas que esta terra teve)
“Ah, como é diferente o amor à camisola” – salmo de Júlio Dantas.
(das antas!)
para o luís carmelo, ainda sobre o seu post, reclamando o fundamento genético do seu amor ao futebol e ao benfica. um abraço do frederico
intectuais que escondem o vosso secreto amor ao pé-na-bola, uni-vos!
Ode ao Futebol
Rectângulo verde
Meio de sombra
Meio de sol
Vinte e dois em cuecas
Jogando futebol
Correndo
Saltando
Ao som de um apito
Um homem magrito
Também em cuecas
E mais dois carecas
Com uma bandeira
De cá para lá
De lá para cá
Bola ao centro
Bola fora
Fora o árbitro
E a multidão
Lá do peão
Gritava
Berrava
Gesticulava
E a bola coitada
Rolava no verde
Rolava no pé
De cabeça em cabeça
A bola não perde
Um minuto sequer
E o zumbido no ar
Como um bezouro
Toda redonda
Toda bonita
Vestida de couro
O árbitro corre
O árbitro apita
O público grita
Bola nas redes
Laranjadas
Pirolitos
Asneiras
Palavrões
Damas frenéticas
Gordas
Esqueléticas
Esganadiças aos gritos
Todas à uma
Todas ao um
Ao árbitro roubam o apito
Entra a polícia
Os cavalos a correr
Os senhores a esconder
Uma cabeça aqui
Um pé acolá
Ancas
Coxas
Pernas
Pé
Cabeças no chão
Cabeças de cavalo
Cavalos sem cabeça
Com os pés no ar
Fez-se em montam
A multidão.
E uma dama excitada
Que era casada
Com um marido
Distraído
No meio da bancada
Que estava à cunha
Tirou-lhe um olho
Com a própria unha!
Ânimos ao alto!...
E no fim
Perdeu-se o campeonato!
Tóssan
(que apesar de não ter gostado de futebol, foi – a par com mário henrique leiria – dos maiores humoristas que esta terra teve)