domingo, fevereiro 08, 2004
Colaborações de Olsa
Textos de Olsa:
1.
X facse – unidade
No quebrado espelho,
reencontro por fim
aquele que, livre de complexos,
devo amar como verdadeiro par de mim,
não mais oculto
num preconceituoso conselho,
no qual jamais labuto!
Assumo-me assim pelos meus reflexos.
Oh Adónis seduzido
pelo Apólo bruto!!,
em seus braços foste traído…
adormecido
no seu colo corrupto!
De ti, o infame,
apenas invejava
a beleza,
que em seu único proveito
de prazer usou
e gastou,
consumindo avaro
a tua graça e gentileza,
em secretas nocturnas camas
que diurno desdenhava!!
Oh belo príncipe desencantado!,
choras agora no conforto do meu peito,
por algum mito que te ame
não mais em segredo feroz e bárbaro.!
Oh, em pranto, meu amado!!,
não vês que é por mim que chamas?!!!
Vem!, encontra-me
no reconforto de um abraço,
contenta-te com o meu carinho!
Embalo-me em teu rosto escasso
de adulto menino,
aconchegando-me em o teu ninho,
que envolve-me num paraíso pequenino,
no qual me dou fálico
àquele que entra-me
simpático!!.
És finalmente meu
e eu
entrego-me teu,
sem a modéstia que a mim antecedeu
nem a imoral vergonha que esqueceu
tudo já o que demais me sucedeu!.
Sou livre por te amar desencoberto
sob o céu,
neste querer não banido por este aberto
já véu!!!!
Oh Adónis!, homem da minha paixão!!,
a ti que me rompeste o desencanto
da minha interna solidão,
te dedico este elevado canto,
ansiando pelo teu corpo em sofreguidão,
enquanto me renasço deste meu eterno
caixão,
que me fora tão terno!
Em uma posse mútua
e em prazeres partilhados,
descobrimos novas mortes
em êxtases demorados,
que nos fazem esquecer às nossas Sortes
e não mais cair nas armadilhas
dos vãos sedutores deltas dourados!.
Para sempre errantes
pelas, do sonho, charmosas ilhas,
somos apenas homogéneos amantes
encorpando-se numa amorosa capicua.!
Cedo-me à tua carne
que me satisfaz
a sede de fome
enfastiada e voraz!!;
belo Adónis!, em meu cerne
penetra-me e em mim dorme.
Em uníssono rasgamos os escrúpulos
dos outros que soberanos
nos julgam aberrações,
que em fobia nos acusam(os tiranos!)
em ofensas de leis e religiões
a que se consagram em desejos chulos!.
Em nós apagamos a marca da proibição
num sentimento de Amor puro,
ignorando as vozes
que nos apelidam de perversão,
pois, deste mundo macio e duro,
optámos por apenas colher as nozes!.
Liberdade
é sem tabus amar-te
assim belo e casto,
e em felicidade
ser em ti homem afinal;
em abandono de Marte,
não mais ser viril,
mas pela doçura
do teu rosto
percorrer uma caricia gentil
de plena candura;
és o meu derradeiro
prazer carnal…
o meu esposo de Amor verdadeiro!!!
Por fim… recolhes ao íntimo casulo
após uma curta solar exposição,
jamais firme e confiante no nosso Amor;
oh fraco
(e não franco)!,
receias
afinal ser votado à execração
pela sempre altiva opinião do povo nulo
com o qual te rodeias,
reclamando-se da moral mestre e senhor!
Consumo-te então em ocultos jardins,
insistindo no desejo
de fazer-te público
e gritar a todos que amoroso te beijo!;
mas tu, oh Adónis ainda maculado
por um egoísta e pudico
namorado passado!,
temes novas feridas que não desafias,
e em o meu Amor assumido nunca confias,
fugindo de mim
para um santuário de púbicos querubins,
onde te perco em desespero
para outro disfarçado
unissexual e insincero
Mimado Pierot encarapuçado de Arlequim!
Procuro-te,
mas em vão
encontro-te
bêbedo de ilusão!!!
Paraísos
perdidos,
por juízos
ofendidos.
Sou de novo impar,
unido eterno
à solidão;
sem ninguém
por quem
amante chamar,
condeno interno
toda a ambição
de Amor,
submeto-me terno
à minha Dor!!.
De novo em perdição,
retorno ao meu caixão!.
in "egoS"
2.
ser e não estar
Feel me empty
as a star
shinning
into the mourning sun;
see my tears
dissolving my face
until perfection
until god
until nothing at all.
Peace!
Death.
A mirror being broken…
Quero-te apenas no vazio
que preenche os meus sonhos,
és o reflexo que nego ao espelho;
é-me interdito amar.
I am stone.
Intocável.
Sem sentir.
Soulless flesh.
Whole ghost.
Sou e erro.
Recrio devaneios
para me esquecer
entre momentos.
Invento-me
em imagens
de cortesia,
que me cortam
a sufocante
razão interna…
eterna sempre!
Then I am happy
like the starting fool
that does not know the end abyss
while blindly walking ahead;
and I keep on pretending through my mask
till boredom finally comes
and wakes me back to the mirror front.
Cry!
Felizes os parvos,
pois deles é o paraíso!
A razão mata-me e eu digo que te amo
num sussurro baixinho
de palavras ocas
que só eu oiço.
Música!
Dor de Minerva!
Kill all
feelings
by the apple’s bite.
I am me…
mas nunca estou contigo!
3.
\/
Miguel!
Reza
para que tudo desapareça
num sonho jamais acordado.
Reza
para que o rubor em tuas ásperas mãos
por milagre floresça em meras rosas.
Reza
para tudo esquecer
e nada no fim seres.
Reza
pelos divinos pecados
que não queres teus.
Reza,
chora,
berra.
Reza,
que eu fico aqui
até adormeceres.
Reza,
que o belo sol prateado
amanhã outro dia trará.
Reza,
e as vozes
não ouvirás.
Reza,
desespera,
acorda.
Reza,
pois eu parto daqui
e contigo deixo-te.
Reza,
em solidão abandonado
os fantasma acusar-te-ão.
Reza,
pela memória
que sufoca-te.
Reza,
pois perdão de ti
encontrarás jamais.
Reza,
em vãs súplicas
que já não crês.
Vem,
morre,
anjo arcaico venerado;
e por um beijo ressuscita
em meu ventre,
homem novo amaldiçoado!
Olsa
1.
X facse – unidade
No quebrado espelho,
reencontro por fim
aquele que, livre de complexos,
devo amar como verdadeiro par de mim,
não mais oculto
num preconceituoso conselho,
no qual jamais labuto!
Assumo-me assim pelos meus reflexos.
Oh Adónis seduzido
pelo Apólo bruto!!,
em seus braços foste traído…
adormecido
no seu colo corrupto!
De ti, o infame,
apenas invejava
a beleza,
que em seu único proveito
de prazer usou
e gastou,
consumindo avaro
a tua graça e gentileza,
em secretas nocturnas camas
que diurno desdenhava!!
Oh belo príncipe desencantado!,
choras agora no conforto do meu peito,
por algum mito que te ame
não mais em segredo feroz e bárbaro.!
Oh, em pranto, meu amado!!,
não vês que é por mim que chamas?!!!
Vem!, encontra-me
no reconforto de um abraço,
contenta-te com o meu carinho!
Embalo-me em teu rosto escasso
de adulto menino,
aconchegando-me em o teu ninho,
que envolve-me num paraíso pequenino,
no qual me dou fálico
àquele que entra-me
simpático!!.
És finalmente meu
e eu
entrego-me teu,
sem a modéstia que a mim antecedeu
nem a imoral vergonha que esqueceu
tudo já o que demais me sucedeu!.
Sou livre por te amar desencoberto
sob o céu,
neste querer não banido por este aberto
já véu!!!!
Oh Adónis!, homem da minha paixão!!,
a ti que me rompeste o desencanto
da minha interna solidão,
te dedico este elevado canto,
ansiando pelo teu corpo em sofreguidão,
enquanto me renasço deste meu eterno
caixão,
que me fora tão terno!
Em uma posse mútua
e em prazeres partilhados,
descobrimos novas mortes
em êxtases demorados,
que nos fazem esquecer às nossas Sortes
e não mais cair nas armadilhas
dos vãos sedutores deltas dourados!.
Para sempre errantes
pelas, do sonho, charmosas ilhas,
somos apenas homogéneos amantes
encorpando-se numa amorosa capicua.!
Cedo-me à tua carne
que me satisfaz
a sede de fome
enfastiada e voraz!!;
belo Adónis!, em meu cerne
penetra-me e em mim dorme.
Em uníssono rasgamos os escrúpulos
dos outros que soberanos
nos julgam aberrações,
que em fobia nos acusam(os tiranos!)
em ofensas de leis e religiões
a que se consagram em desejos chulos!.
Em nós apagamos a marca da proibição
num sentimento de Amor puro,
ignorando as vozes
que nos apelidam de perversão,
pois, deste mundo macio e duro,
optámos por apenas colher as nozes!.
Liberdade
é sem tabus amar-te
assim belo e casto,
e em felicidade
ser em ti homem afinal;
em abandono de Marte,
não mais ser viril,
mas pela doçura
do teu rosto
percorrer uma caricia gentil
de plena candura;
és o meu derradeiro
prazer carnal…
o meu esposo de Amor verdadeiro!!!
Por fim… recolhes ao íntimo casulo
após uma curta solar exposição,
jamais firme e confiante no nosso Amor;
oh fraco
(e não franco)!,
receias
afinal ser votado à execração
pela sempre altiva opinião do povo nulo
com o qual te rodeias,
reclamando-se da moral mestre e senhor!
Consumo-te então em ocultos jardins,
insistindo no desejo
de fazer-te público
e gritar a todos que amoroso te beijo!;
mas tu, oh Adónis ainda maculado
por um egoísta e pudico
namorado passado!,
temes novas feridas que não desafias,
e em o meu Amor assumido nunca confias,
fugindo de mim
para um santuário de púbicos querubins,
onde te perco em desespero
para outro disfarçado
unissexual e insincero
Mimado Pierot encarapuçado de Arlequim!
Procuro-te,
mas em vão
encontro-te
bêbedo de ilusão!!!
Paraísos
perdidos,
por juízos
ofendidos.
Sou de novo impar,
unido eterno
à solidão;
sem ninguém
por quem
amante chamar,
condeno interno
toda a ambição
de Amor,
submeto-me terno
à minha Dor!!.
De novo em perdição,
retorno ao meu caixão!.
in "egoS"
2.
ser e não estar
Feel me empty
as a star
shinning
into the mourning sun;
see my tears
dissolving my face
until perfection
until god
until nothing at all.
Peace!
Death.
A mirror being broken…
Quero-te apenas no vazio
que preenche os meus sonhos,
és o reflexo que nego ao espelho;
é-me interdito amar.
I am stone.
Intocável.
Sem sentir.
Soulless flesh.
Whole ghost.
Sou e erro.
Recrio devaneios
para me esquecer
entre momentos.
Invento-me
em imagens
de cortesia,
que me cortam
a sufocante
razão interna…
eterna sempre!
Then I am happy
like the starting fool
that does not know the end abyss
while blindly walking ahead;
and I keep on pretending through my mask
till boredom finally comes
and wakes me back to the mirror front.
Cry!
Felizes os parvos,
pois deles é o paraíso!
A razão mata-me e eu digo que te amo
num sussurro baixinho
de palavras ocas
que só eu oiço.
Música!
Dor de Minerva!
Kill all
feelings
by the apple’s bite.
I am me…
mas nunca estou contigo!
3.
\/
Miguel!
Reza
para que tudo desapareça
num sonho jamais acordado.
Reza
para que o rubor em tuas ásperas mãos
por milagre floresça em meras rosas.
Reza
para tudo esquecer
e nada no fim seres.
Reza
pelos divinos pecados
que não queres teus.
Reza,
chora,
berra.
Reza,
que eu fico aqui
até adormeceres.
Reza,
que o belo sol prateado
amanhã outro dia trará.
Reza,
e as vozes
não ouvirás.
Reza,
desespera,
acorda.
Reza,
pois eu parto daqui
e contigo deixo-te.
Reza,
em solidão abandonado
os fantasma acusar-te-ão.
Reza,
pela memória
que sufoca-te.
Reza,
pois perdão de ti
encontrarás jamais.
Reza,
em vãs súplicas
que já não crês.
Vem,
morre,
anjo arcaico venerado;
e por um beijo ressuscita
em meu ventre,
homem novo amaldiçoado!
Olsa