sexta-feira, janeiro 23, 2004
vénus - Por Olsa
aqui fica outro poema se Olsa chegado ao SA:
vénus
Água contaminada
pelo sangue celeste,
espumas em êxtase
viciada em prazer
que desfaz a tua carne
em violentas ondas
incapazes de amar.
Escarras sem pudor
o útero em ti erigido.
Bela sai aquela divina
que Helena será amoral,
e suja os pés na terra
que firme a sustenta agora.
Traz a noite estrelada
nos cabelos serpenteantes
e a brancura da luz
na pele húmida na manhã.
Ágil como o lobo
percorre a savana.
Na alma: uma busca;
no corpo: um desejo!
Conceição torna-se seu nome
que uiva pela fome jamais satisfeita,
subindo na sua eleita demanda
ao desolado olímpico monte.
Aí vê o sol que nasce do chão,
suas flechas de oiro a maculam;
grávida duma nova estrela
é em paixão aos céus elevada.
Insubmissa, a sua carnal natureza
todos os corteses astros ofende,
e sem piedade ao solo é atirada
pela madrugada, antes do rei despertar.
Assim brutalmente quebrada, rasteja pelo pó,
aguardando abandonada a sua hora de parir.
Grita só, de dor!.
Eu ouço-a e vou até ela,
beijo-lhe a testa suada
prometendo-lhe sempre
a acompanhar… sem mentiras,
enquanto lhe devoro o feto
no qual por amor me reconverto.
vénus
Água contaminada
pelo sangue celeste,
espumas em êxtase
viciada em prazer
que desfaz a tua carne
em violentas ondas
incapazes de amar.
Escarras sem pudor
o útero em ti erigido.
Bela sai aquela divina
que Helena será amoral,
e suja os pés na terra
que firme a sustenta agora.
Traz a noite estrelada
nos cabelos serpenteantes
e a brancura da luz
na pele húmida na manhã.
Ágil como o lobo
percorre a savana.
Na alma: uma busca;
no corpo: um desejo!
Conceição torna-se seu nome
que uiva pela fome jamais satisfeita,
subindo na sua eleita demanda
ao desolado olímpico monte.
Aí vê o sol que nasce do chão,
suas flechas de oiro a maculam;
grávida duma nova estrela
é em paixão aos céus elevada.
Insubmissa, a sua carnal natureza
todos os corteses astros ofende,
e sem piedade ao solo é atirada
pela madrugada, antes do rei despertar.
Assim brutalmente quebrada, rasteja pelo pó,
aguardando abandonada a sua hora de parir.
Grita só, de dor!.
Eu ouço-a e vou até ela,
beijo-lhe a testa suada
prometendo-lhe sempre
a acompanhar… sem mentiras,
enquanto lhe devoro o feto
no qual por amor me reconverto.