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quarta-feira, janeiro 21, 2004

HORA DO DIABO 61 

a escrita é uma arma/eu bem dizia/tudo depende da bala/e da pontaria/tudo depende da raiva/e da alegria/a escrita é uma arma/de pontaria/há quem escreva por interesse/há quem escreva por escrever/há quem faça profissão de combater a escrever - a partir de poema de José Mário Branco

já deves estar a dormir meu filho. sabes, estas horas são as mais difíceis para mim. são as horas em que o sono não vem e não me posso refugiar nos sonhos.

nos sonhos estamos sempre juntos. os sonhos são uma porta extraordinária para a vida. acho que é tão realidade a realidade sonhada como a realidade que pensamos ser realidade. nos sonhos podemos sempre caminhar ao sol, ou brincar à chuva, porque nos sonhos a chuva e o sol não dependem das estações. nos sonhos a lua está mais próxima e o sol não queima.

agora que dormes e sonhas, anseio por também conseguir dormir e sonhar ao pé de ti. devia haver um serviço de canções de embalar ao domicilio. assim poderíamos mandar vir um embalador que nos levasse para os campos vivos da noite e nos arrebatasse desta obrigação a que chamamos vigília.

agora que já dormes, e sonhas, e viajas, inocente, com as nuvens, com as árvores, com cães e gatos, desejo-te sonhos de todas cores com anjos para te acompanharem.

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