sexta-feira, janeiro 23, 2004
anjo de cetim - Por Olsa
chegou-nos um poema de Olsa
anjo de cetim
Entre fumos de sedução
que me lambem quentes
a pele sempre tão fria,
perco-me em teus passos
na madrugada que não vem.
Encantado, sigo de olhar estagnado
a tua irrequieta sombra doirada,
pelos efémeros jardins do entardecer
onde sonho descalço pela erva azul.
Revejo um triângulo rosa
perfurar o sol poente
e da união profana
uma semente emerge,
caindo na terra adormecida
para germinar o teu corpo
numa moira espiga sem pão
que vem e gentil me entra.
Meu anjo amado
vestido doce
de estrelas,
o teu cabelo
é o breu olhar
da interna noite
em que terno
me embalas.
Tocas-me ardente
desejando outro
ser em mim,
decadente bebes
a minha alma…
teu maná obscuro.
Renovas-me na tua morena pele,
que devoro sempre sôfrego
temendo a nova manhã
que vã e pudica
nos denuncia.
Desperto!
Já a luz de prata partiu
e eu fico só
sob o cúbico céu.
A deus, meu anjo de cetim,
retornas feliz redimido por fim,
com o teu sexo plenamente satisfeito por mim;
e eu solitário apenas recordo, sendo Adão enfim,
ao esperar as trevas para o teu voltar… querido querubim.
Olsa
anjo de cetim
Entre fumos de sedução
que me lambem quentes
a pele sempre tão fria,
perco-me em teus passos
na madrugada que não vem.
Encantado, sigo de olhar estagnado
a tua irrequieta sombra doirada,
pelos efémeros jardins do entardecer
onde sonho descalço pela erva azul.
Revejo um triângulo rosa
perfurar o sol poente
e da união profana
uma semente emerge,
caindo na terra adormecida
para germinar o teu corpo
numa moira espiga sem pão
que vem e gentil me entra.
Meu anjo amado
vestido doce
de estrelas,
o teu cabelo
é o breu olhar
da interna noite
em que terno
me embalas.
Tocas-me ardente
desejando outro
ser em mim,
decadente bebes
a minha alma…
teu maná obscuro.
Renovas-me na tua morena pele,
que devoro sempre sôfrego
temendo a nova manhã
que vã e pudica
nos denuncia.
Desperto!
Já a luz de prata partiu
e eu fico só
sob o cúbico céu.
A deus, meu anjo de cetim,
retornas feliz redimido por fim,
com o teu sexo plenamente satisfeito por mim;
e eu solitário apenas recordo, sendo Adão enfim,
ao esperar as trevas para o teu voltar… querido querubim.
Olsa