quarta-feira, dezembro 24, 2003
HORA DA FÉNIX 37
"O fumo do meu lar, nas tardes nervosas de Outono, parece animado duma louca inspiração escultora de anjos e fantasmas." - Teixeira de Pascoaes
DOS MURMURIOS DO SILÊNCIO ESTAS SÁBIAS PALAVRAS DE TIAGO BARBOSA RIBEIRO
Amigos/as,
É Dezembro. Altura de ser bom, diz-nos Gedeão. Para lá dos muros de pobreza e esquecimento, é uma época em que as cidades são invadidas por cheiros fortes, sólidos, burgueses. A identidade religiosa é uma mera reminiscência simbólica: é uma noite de consenso e isso basta. Nos vãos dos deserdados, as ruas e a fome são mais largas. O frio do Norte, a maior das densidades. Porque o natal de uns poucos continua a ser a celebração da miséria para tantos outros: para demasiados outros. Nos sulcos dos despojos, sejamos a memória desse esquecimento. E a parte que permanece em falta na construção de um mundo mais justo e igualitário.
Votos de um natal solidário e progressista,
Tiago Barbosa Ribeiro
«Natal de 1971
Natal de quê? De quem?
[...] Natal de liberdade
Num mundo de oprimidos?
Natal de uma justiça
Roubada sempre a todos?
[...] Natal de caridade,
Quando a fome ainda mata?
Natal de qual esperança
Num mundo todo bombas?
Natal de honesta fé,
Com gente que é traição,
Vil ódio, mesquinhez,
E até Natal de amor?
Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm? [...]»
|| Jorge de Sena, «Natal de 1971»
DOS MURMURIOS DO SILÊNCIO ESTAS SÁBIAS PALAVRAS DE TIAGO BARBOSA RIBEIRO
Amigos/as,
É Dezembro. Altura de ser bom, diz-nos Gedeão. Para lá dos muros de pobreza e esquecimento, é uma época em que as cidades são invadidas por cheiros fortes, sólidos, burgueses. A identidade religiosa é uma mera reminiscência simbólica: é uma noite de consenso e isso basta. Nos vãos dos deserdados, as ruas e a fome são mais largas. O frio do Norte, a maior das densidades. Porque o natal de uns poucos continua a ser a celebração da miséria para tantos outros: para demasiados outros. Nos sulcos dos despojos, sejamos a memória desse esquecimento. E a parte que permanece em falta na construção de um mundo mais justo e igualitário.
Votos de um natal solidário e progressista,
Tiago Barbosa Ribeiro
«Natal de 1971
Natal de quê? De quem?
[...] Natal de liberdade
Num mundo de oprimidos?
Natal de uma justiça
Roubada sempre a todos?
[...] Natal de caridade,
Quando a fome ainda mata?
Natal de qual esperança
Num mundo todo bombas?
Natal de honesta fé,
Com gente que é traição,
Vil ódio, mesquinhez,
E até Natal de amor?
Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm? [...]»
|| Jorge de Sena, «Natal de 1971»