quarta-feira, novembro 26, 2003
DURÃO E UVA DE MÃO DADA COM O PAPA
queria de ti um país de bondade e de bruma/queria de ti o mar de uma rosa de espuma - Mário Cesariny
A 7 de Maio de 1940, Salazar e o então ocupante do trono pontifício, Pio XII, assinaram um tratado de relacionamento entre o estado português e a Santa Sé: a Concordata. Sessenta e três anos depois o acordo continua praticamente inalterado. Apenas em 1975, foi introduzido no texto um protocolo que reconhecia a o direito dos cônjuges católicos se divorciarem civilmente.
Todos as outras regalias conferidas à Igreja Católica, que ainda hoje desrespeitam a laicidade do estado, nomeadamente insenções fiscais, continuam a ofender o princípio democrático de separação da igreja do estado e a equidade de relações com todas as outras confissões religiosas.
Ao que parece a Concordata vai ser revista. Pelo menos foi o que Durão Barroso (acompanhado pela mulher, Sousa Uva) anunciou durante a sua deslocação a Roma. Foi-nos revelado, durante a comovente serenata de admiração ao Papa João Paulo II, que as conversações com o Cardeal Sodano tinham terminado com sucesso, e que a apresentação do um novo protocolo já só estaria dependente de pormenores formais e jurídicos.
Resta saber que legitimidade tem o estado português para continuar a privilegiar, ainda que de forma menos escandalosa, um determinado grupo religioso?
O facto é que num estado laico, como o nosso, um governo, não pode tomar partido sobre questões desta natureza. Sabemos que são os importantes interesses económicos e políticos que estão por trás desta “amizade”. Sabemos que não são, nem nunca foram, inocentes as jogadas de Roma. É importante recordar, como exemplo, o “negócio” que o papa Pio XII celebrou com os Nazis, na mesma altura da assinatura da concordata com Salazar.
Apesar da ternurenta imagem do velhinho dando as mãozinhas ao Cherne e à Uva, não podemos ignorar o significado deste novo-velho acordo. Barroso será lembrado por ter sido, com Salazar, o continuador desta promíscua relação de interesses obscuros, que há séculos confere a uma igreja o poder de “negociar”, com toda a espécie de favorecimetos, em Portugal.
Louvada seja a memória dos Republicanos que no princípio do sec. XX, ousaram desafiar as “operações” cardinalícias no nosso país, e também por isso, pagaram caro pela sua coragem.
A 7 de Maio de 1940, Salazar e o então ocupante do trono pontifício, Pio XII, assinaram um tratado de relacionamento entre o estado português e a Santa Sé: a Concordata. Sessenta e três anos depois o acordo continua praticamente inalterado. Apenas em 1975, foi introduzido no texto um protocolo que reconhecia a o direito dos cônjuges católicos se divorciarem civilmente.
Todos as outras regalias conferidas à Igreja Católica, que ainda hoje desrespeitam a laicidade do estado, nomeadamente insenções fiscais, continuam a ofender o princípio democrático de separação da igreja do estado e a equidade de relações com todas as outras confissões religiosas.
Ao que parece a Concordata vai ser revista. Pelo menos foi o que Durão Barroso (acompanhado pela mulher, Sousa Uva) anunciou durante a sua deslocação a Roma. Foi-nos revelado, durante a comovente serenata de admiração ao Papa João Paulo II, que as conversações com o Cardeal Sodano tinham terminado com sucesso, e que a apresentação do um novo protocolo já só estaria dependente de pormenores formais e jurídicos.
Resta saber que legitimidade tem o estado português para continuar a privilegiar, ainda que de forma menos escandalosa, um determinado grupo religioso?
O facto é que num estado laico, como o nosso, um governo, não pode tomar partido sobre questões desta natureza. Sabemos que são os importantes interesses económicos e políticos que estão por trás desta “amizade”. Sabemos que não são, nem nunca foram, inocentes as jogadas de Roma. É importante recordar, como exemplo, o “negócio” que o papa Pio XII celebrou com os Nazis, na mesma altura da assinatura da concordata com Salazar.
Apesar da ternurenta imagem do velhinho dando as mãozinhas ao Cherne e à Uva, não podemos ignorar o significado deste novo-velho acordo. Barroso será lembrado por ter sido, com Salazar, o continuador desta promíscua relação de interesses obscuros, que há séculos confere a uma igreja o poder de “negociar”, com toda a espécie de favorecimetos, em Portugal.
Louvada seja a memória dos Republicanos que no princípio do sec. XX, ousaram desafiar as “operações” cardinalícias no nosso país, e também por isso, pagaram caro pela sua coragem.