sexta-feira, outubro 10, 2003
Palácio dos Contos e Percursos
Este fim de semana inicia-se em Évora a terceira edição do "Palácio dos Contos", uma iniciativa do PiM-Teatro, que este ano integra o Laboratório Internacional das artes do espectáculo, "Percursos", organizado pelo Centro Cultural de Belém. Sobre estas duas iniciativas, que este ano trabalham em cooperação, aqui vos deixo alguns textos.
ONDE COMEÇAM ELES, OS CONTOS?
Oferece-se o mundo todo, redondo, liso e azul. Oferece-se uma viagem para o outro lado.
Onde começam eles, os contos?
Nas palavras dos meninos do Convento Novo, no abecedário fantástico do que inventam ou descobrem?
Oferece-se esse outro mundo - quase todo - também redondo, pouco liso e de muitas cores.
A arte influencia o modo como se aprende e como se interpreta o quotidiano. Este Palácio Fantástico ajuda-nos a dar imagens e sons ao imaginável. Leva-nos a descobrir a inteligência criativa que só está adormecida em nós. Inquietamente adormecida.
É que as nossas pálpebras têm, mesmo, o tamanho do mundo
CRISTINA TAVARES
PERCURSOS
Évora é uma cidade antiquíssima e belíssima, certamente mais ou menos secreta, impressa em cada uma das suas pedras, dos seus vãos de escada, das suas açoteias viradas ao céu.
Percursos é um Festival/Laboratório de dimensão europeia, no domínio das artes do espectáculo para um Público Jovem e que se quer encontrar com Évora de uma maneira muito própria.
Durante nove dias Évora será habitada por sereias que trazem o mar ao Alentejo; muçulmanos que contam e cantam memórias antigas; poemas um pouco trágicos, música com bigodes, um povo que chega ao Polo Norte e traz consigo pinguins que são anjos; artifícios não para o fogo, mas para contar, criar e escrever histórias: um museu do tempo, bestas em carros de bois, um restaurante que é um teatro e cujo texto é a comida, fazedores de música, espectáculos para um só espectador e sob marcação...
Procurou-se na arquitectura física, histórica e social de Évora, espaços que todos usam, como a Praça do Giraldo, o Jardim Público, o Café Arcada; casas quase escondidas como a Casa dos Bonecos, a Sociedade Harmonia Eborense e pessoas particulares / intelectuais, crianças, professores, artistas, adolescentes, trabalhadores dos campos.
Com eles arquitectou-se um programa em que as ARTES flutuam entre as muralhas e a respiração da cidade, de forma mágica e quente num abraço entre artistas estrageiros, portugueses e de Évora.
Évora e Percursos serão um território só, unindo-os a beleza, a frescura com que se pode olhar as coisas antigas de novo e a dimensão humana deste projecto e desta fantástica cidade.
Percursos foi imaginado para as pessoas, todas as pessoas de Évora: pequenas, crescidas, adolescentes, idosas. O público Jovem já não é uma idade, mas uma disponibilidade que se tem perante as coisas da vida, a vida das coisas, as cidades e as artes. Espectáculos de sala de rua, acontecimentos inesperados, oficinas de Artes e concertos, esperam por si, pela sua família, os seus alunos, a sua tia e o seu padrinho. As artes ajudam a crescer, a ver melhor, a sorrir.
Percursos é uma ideia do Centro Cultural de Belém em estrita colaboração com a Câmara Municipal de Évora e co-financiado pela União Europeia (POC).
As companhias de teatro de Évora que connosco trabalham neste projecto são o Centro Dramático de Évora /Teatro Garcia de Resende e o PiM - Teatro.
Não Falte. Acompanhe-nos neste Percursos que preparámos para si, para os seus, para Évora, neste Outono.
Madalena Vitorino
Giacomo Scalisi
PALÁCIO DOS CONTOS E CONVENTO NOVO
Da vontade de conhecer as crianças e o seu universo fantástico, nasceu o encontro PIM - crianças do Convento Novo. Com elas vivemos uma aventura criativa que durou dois anos lectivos e que agora culmina no Palácio dos Contos 2003.
É então verdade que artistas, crianças e professores, podem trabalhar juntos num sistema simbiótico equilibrado, espantoso... de arrepiar!
Foram meses de trabalho árduo mas produtivo e enriquecedor. Artistas e crianças foram companheiros, alternadamente mestre/aluno, criadores/ouvintes atentos, «agora tu, amanhã eu».
- Nós mostramos-te o nosso teatro, contamos-te quem somos e o que fazemos e tu contas-nos as tuas histórias. Nós ajudamos-te a descobrir novas linguagens para expressares as tuas ideias e os teus desejos e tu desenhas personagens, inventas tramas e dramas, que iremos transformar em espectáculos.
Ficámos amigos e voltámos no ano seguinte com um novo desafio:
- E se construíssemos um teatro, um espaço cénico para brincar ao faz de conta.?
- Um? Não! Vamos construir 2, 3, 4... doze caixas – maquetas - e inventaremos tudo o que pôr lá dentro!
Escutámos música, deitámo-nos e sonhámos com lugares fantásticos, improvisámos – habitámos esses ambientes dramáticos, inventámos personagens, padrões de cor, texturas, cheiros, tribos, espaços, ... planetas e tudo! Num ritmo alucinante, numa vontade incontrolável de tornar palpável aquilo que se sonhou, que só a surpresa do contacto e das reacções dos materiais podia refrear.
Agora somos nós quem, com as mesmas tesouras, pincéis, cola, arames, tecidos e objectos bonitos, recria esses mesmos espaços, reinventando-os em escala grande para, a um ritmo também alucinante, habitar o Palácio com fabulosas Conferências Fantásticas.
Esta foi a aventura criativa mais marcante da história do PIM teatro, nunca mais seremos os mesmos, atingimos agora um maravilhoso equilíbrio na nossa relação com o público, conhecemo-nos mais profundamente, criámos pontes que nos aproximam, inventámos linguagens que nos permitem trocar saberes, emoções, brincar e viajar juntos.
E agora, artistas e público, confiamos que por mais louca que seja, a viagem vai mesmo valer a pena!
CONFERÊNCIAS FANTÁSTICAS
Encontros com personagens que te contam segredos, que te colocam desafios e te levam a experimentar fazer coisas do teatro, enquanto percorres cenários que são para tocar e cheirar.
Espectáculos intimistas, para 3 dezenas de espectadores de cada vez.
Sem palco nem cadeiras.
Criadores de espectáculos experimentámo-nos professores de teatro, fomos às escolas: ensinar, encenar, desafiar crianças a criar momentos dramáticos - estas Conferências Fantásticas são o tributo às crianças que nos têm ensinado.
Teatro didáctico ou teatro de arte?
Será que a experiência estética das crianças passa pela expressão criativa?
Como fazer um espectáculo que não é a penas um objecto estético mas que funciona activa e inequivocamente como espaço de educação artística?
O trabalho com as crianças do Convento Novo voltou a levar-nos para fora dos nossos trilhos.
PiM
organização - pim teatro:
Alexandra Espiridião
Beliza Sousa
Bruno Cintra
João Sérgio Palma
Pedro Espada
Realização plástica
e comunicação visual:
Frederico Mira George
Secretariado:
Vitória Valverde
Colaboradores:
Andreia Lopes, Ana Luzia Cavaco, Cláudio Pereira, Eduardo Frazão, Inês Carvalho, Marta Castro, Mateus Brás, Paula Pão Alvo, Paula Rodrigues, Sónia Enes, Tânia Calinas, Tomé Caldeira.
Contactos:
Estrada das Piscinas, Antiga Escola do Alto
de S. Bento - 7000 Évora - Telef. 266 744 403
www.pimteatro.pt
ONDE COMEÇAM ELES, OS CONTOS?
Oferece-se o mundo todo, redondo, liso e azul. Oferece-se uma viagem para o outro lado.
Onde começam eles, os contos?
Nas palavras dos meninos do Convento Novo, no abecedário fantástico do que inventam ou descobrem?
Oferece-se esse outro mundo - quase todo - também redondo, pouco liso e de muitas cores.
A arte influencia o modo como se aprende e como se interpreta o quotidiano. Este Palácio Fantástico ajuda-nos a dar imagens e sons ao imaginável. Leva-nos a descobrir a inteligência criativa que só está adormecida em nós. Inquietamente adormecida.
É que as nossas pálpebras têm, mesmo, o tamanho do mundo
CRISTINA TAVARES
PERCURSOS
Évora é uma cidade antiquíssima e belíssima, certamente mais ou menos secreta, impressa em cada uma das suas pedras, dos seus vãos de escada, das suas açoteias viradas ao céu.
Percursos é um Festival/Laboratório de dimensão europeia, no domínio das artes do espectáculo para um Público Jovem e que se quer encontrar com Évora de uma maneira muito própria.
Durante nove dias Évora será habitada por sereias que trazem o mar ao Alentejo; muçulmanos que contam e cantam memórias antigas; poemas um pouco trágicos, música com bigodes, um povo que chega ao Polo Norte e traz consigo pinguins que são anjos; artifícios não para o fogo, mas para contar, criar e escrever histórias: um museu do tempo, bestas em carros de bois, um restaurante que é um teatro e cujo texto é a comida, fazedores de música, espectáculos para um só espectador e sob marcação...
Procurou-se na arquitectura física, histórica e social de Évora, espaços que todos usam, como a Praça do Giraldo, o Jardim Público, o Café Arcada; casas quase escondidas como a Casa dos Bonecos, a Sociedade Harmonia Eborense e pessoas particulares / intelectuais, crianças, professores, artistas, adolescentes, trabalhadores dos campos.
Com eles arquitectou-se um programa em que as ARTES flutuam entre as muralhas e a respiração da cidade, de forma mágica e quente num abraço entre artistas estrageiros, portugueses e de Évora.
Évora e Percursos serão um território só, unindo-os a beleza, a frescura com que se pode olhar as coisas antigas de novo e a dimensão humana deste projecto e desta fantástica cidade.
Percursos foi imaginado para as pessoas, todas as pessoas de Évora: pequenas, crescidas, adolescentes, idosas. O público Jovem já não é uma idade, mas uma disponibilidade que se tem perante as coisas da vida, a vida das coisas, as cidades e as artes. Espectáculos de sala de rua, acontecimentos inesperados, oficinas de Artes e concertos, esperam por si, pela sua família, os seus alunos, a sua tia e o seu padrinho. As artes ajudam a crescer, a ver melhor, a sorrir.
Percursos é uma ideia do Centro Cultural de Belém em estrita colaboração com a Câmara Municipal de Évora e co-financiado pela União Europeia (POC).
As companhias de teatro de Évora que connosco trabalham neste projecto são o Centro Dramático de Évora /Teatro Garcia de Resende e o PiM - Teatro.
Não Falte. Acompanhe-nos neste Percursos que preparámos para si, para os seus, para Évora, neste Outono.
Madalena Vitorino
Giacomo Scalisi
PALÁCIO DOS CONTOS E CONVENTO NOVO
Da vontade de conhecer as crianças e o seu universo fantástico, nasceu o encontro PIM - crianças do Convento Novo. Com elas vivemos uma aventura criativa que durou dois anos lectivos e que agora culmina no Palácio dos Contos 2003.
É então verdade que artistas, crianças e professores, podem trabalhar juntos num sistema simbiótico equilibrado, espantoso... de arrepiar!
Foram meses de trabalho árduo mas produtivo e enriquecedor. Artistas e crianças foram companheiros, alternadamente mestre/aluno, criadores/ouvintes atentos, «agora tu, amanhã eu».
- Nós mostramos-te o nosso teatro, contamos-te quem somos e o que fazemos e tu contas-nos as tuas histórias. Nós ajudamos-te a descobrir novas linguagens para expressares as tuas ideias e os teus desejos e tu desenhas personagens, inventas tramas e dramas, que iremos transformar em espectáculos.
Ficámos amigos e voltámos no ano seguinte com um novo desafio:
- E se construíssemos um teatro, um espaço cénico para brincar ao faz de conta.?
- Um? Não! Vamos construir 2, 3, 4... doze caixas – maquetas - e inventaremos tudo o que pôr lá dentro!
Escutámos música, deitámo-nos e sonhámos com lugares fantásticos, improvisámos – habitámos esses ambientes dramáticos, inventámos personagens, padrões de cor, texturas, cheiros, tribos, espaços, ... planetas e tudo! Num ritmo alucinante, numa vontade incontrolável de tornar palpável aquilo que se sonhou, que só a surpresa do contacto e das reacções dos materiais podia refrear.
Agora somos nós quem, com as mesmas tesouras, pincéis, cola, arames, tecidos e objectos bonitos, recria esses mesmos espaços, reinventando-os em escala grande para, a um ritmo também alucinante, habitar o Palácio com fabulosas Conferências Fantásticas.
Esta foi a aventura criativa mais marcante da história do PIM teatro, nunca mais seremos os mesmos, atingimos agora um maravilhoso equilíbrio na nossa relação com o público, conhecemo-nos mais profundamente, criámos pontes que nos aproximam, inventámos linguagens que nos permitem trocar saberes, emoções, brincar e viajar juntos.
E agora, artistas e público, confiamos que por mais louca que seja, a viagem vai mesmo valer a pena!
CONFERÊNCIAS FANTÁSTICAS
Encontros com personagens que te contam segredos, que te colocam desafios e te levam a experimentar fazer coisas do teatro, enquanto percorres cenários que são para tocar e cheirar.
Espectáculos intimistas, para 3 dezenas de espectadores de cada vez.
Sem palco nem cadeiras.
Criadores de espectáculos experimentámo-nos professores de teatro, fomos às escolas: ensinar, encenar, desafiar crianças a criar momentos dramáticos - estas Conferências Fantásticas são o tributo às crianças que nos têm ensinado.
Teatro didáctico ou teatro de arte?
Será que a experiência estética das crianças passa pela expressão criativa?
Como fazer um espectáculo que não é a penas um objecto estético mas que funciona activa e inequivocamente como espaço de educação artística?
O trabalho com as crianças do Convento Novo voltou a levar-nos para fora dos nossos trilhos.
PiM
organização - pim teatro:
Alexandra Espiridião
Beliza Sousa
Bruno Cintra
João Sérgio Palma
Pedro Espada
Realização plástica
e comunicação visual:
Frederico Mira George
Secretariado:
Vitória Valverde
Colaboradores:
Andreia Lopes, Ana Luzia Cavaco, Cláudio Pereira, Eduardo Frazão, Inês Carvalho, Marta Castro, Mateus Brás, Paula Pão Alvo, Paula Rodrigues, Sónia Enes, Tânia Calinas, Tomé Caldeira.
Contactos:
Estrada das Piscinas, Antiga Escola do Alto
de S. Bento - 7000 Évora - Telef. 266 744 403
www.pimteatro.pt